Há alguns anos estava em Brasília participando de um evento,
quando no intervalo entre uma palestra e outra, fui a uma lanchonete comprar um
refrigerante. Lembro que paguei a bebida com uma nota de cinquenta reais,
recebendo a seguir o troco da compra. Peguei o dinheiro, e quando ia guardá-lo
na carteira, um amigo olhando as notas em minhas mãos, percebeu que uma delas
era falsa. Ao ver tanta convicção em suas palavras perguntei:
- Como você tem certeza disso? Ele me respondeu: -
"Trabalhei muitos anos como comerciante e conheço bem uma nota verdadeira.
Só de olhar eu sei quando uma nota é falsa."
Naquele mesmo instante pensei na igreja evangélica
brasileira que por desconhecer as Sagradas Escrituras tem se deixado levar por
inúmeras heresias.
Pois é, sem sombra de dúvidas vivemos dias difíceis onde às
heresias se multiplicam a olhos vistos. Uma das mais sucintas e discretas é o
unicismo pregado pelo grupo Voz da Verdade. O grupo em questão nega a doutrina
da TRINDADE o que para nós cristãos é uma doutrina fundamental e
inquestionável.
Os unicistas, como são denominados aqueles que negam a
trindade fundamentam sua crença em duas verdades bíblicas. Estas bases bíblicas
são usadas como fundamentos sobre o ponto de vista que tem de Deus e Jesus
Cristo. A primeira verdade bíblica é que há somente um Deus e que Jesus é Deus.
Destas duas verdades, os Unicistas deduzem que Jesus Cristo é Deus em sua
totalidade, sendo assim, Jesus tem que ser o Pai, o Filho e o Espírito Santo,
rechaçando a doutrina da Trindade.
Caro leitor, a Igreja, através dos séculos, sempre ensinou
que dentro da unidade do único Deus existem três pessoas distintas: o Pai, o
Filho e o Espírito Santo; e estás três pessoas compartilham da mesma natureza e
atributos; então, com efeito, estas três são o único Deus. Todavia a teologia
unicista ensina que Jesus Cristo é o Pai encarnado, e que o Espírito Santo é
Jesus Cristo também negando com veemência a doutrina da Trindade. Para piorar a
situação os adeptos do unicismo negam o batismo em nome da Trindade, batizando
somente em nome de Jesus. O Centro Apologético Cristão de Pesquisa através do presbítero da Assembléia de Deus,
Paulo Cristiano, traz um breve relato histórico desta prática herética de
batizar somente em nome de Jesus:
“Essa doutrina surgiu em uma reunião pentecostal das igrejas
Assembléias de Deus realizada em abril de 1913, em Arroyo Seco, nos arredores
de Los Angeles, na Califórnia, numa cerimônia de batismo. O preletor, R. E.
McAlister, disse que os apóstolos batizavam em nome do Senhor Jesus e não em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e quando as pessoas ouviram isso
ficaram atônitas. McAlister foi notificado que seu ensino possuía elementos
heréticos. Ele tentou esclarecer sua prédica, mas ela já havia produzido
efeito. Um de seus ouvintes era John Sheppe que após aquela mensagem, passou
uma noite em oração, refletindo a mensagem de McAlister e concluiu que Deus
havia revelado o batismo verdadeiro que seria somente em nome de Jesus. Também
Franck J. Ewart, australiano, adotou essa doutrina e em 15 de abril de 1914
levantou uma tenda em Belvedere, ainda nos arredores de Los Angeles, e passou a
pregar sobre a fórmula batismal de Atos 2.38. Comparando com Mt 28.19, chegou à
conclusão de que o nome de Deus seria então somente o nome Jesus. É verdade que
o batismo somente no nome de Jesus era praticado por pastores pentecostais como
Howard Goss e Andrew Urshan, mas foi somente com Franck J. Ewart que o batismo
em nome de Jesus desenvolveu teor teológico próprio. Assim, em 15 de abril de
1914, Franck J. Ewart e Glenn Cook se batizaram mutuamente com a nova fórmula.
Esse movimento começou então a crescer em cima dessa polêmica e ficou conhecido
por vários nomes como: Nova Questão, movimento Somente Jesus, o Nome de Jesus,
Apostólico, ou Pentecostalismo Unicista."
Caro leitor, a essência da doutrina unicista é a
centralização no nome de Jesus. Os teólogos unicistas entendem que a expressão
em nome, de Mateus 28.19 referindo ao Pai, Filho e Espírito Santo são apenas
nomes singulares de Jesus. Assim, o que parecia ser apenas uma polêmica
referente à fórmula batismal resultou na negação da doutrina da Trindade. Os
unicistas não aceitam a pluralidade de pessoas na unidade Divina, qualquer
referência à ideia de Trindade eles interpretam como sendo várias manifestações
de Deus ou de Jesus. Logo não são contra a Trindade pelo fato de não crer que
Jesus seja Deus, mas ironicamente pelo fato de crer que Deus é só Jesus.
Caro leitor, isto posto rogo aos irmãos que tomem todo
cuidado ao beber das fontes daqueles que se dizem cristãos, até porque, sem que
perceba os se dê conta, você poderá beber veneno para alma.
Pense nisso!
Renato Vargens
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