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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Como a Igreja deveria ser


Publicado em 7 de agosto de 2012 | Por Ariovaldo Jr

Tá, eu exagerei um pouco no título. Dizer como é o modelo “perfeito” de Igreja é a coisa mais idiota que alguém pode fazer. A diversidade cultural refletida nas mais diversas formas litúrgicas, são uma das coisas mais belas que há no Corpo de Cristo. Na verdade pretendo apontar como a observância dos fundamentos nos guia para longe do ativismo e da paranóia por resultados.

O maior patrimônio da Igreja deve ser a Palavra. Ela é o centro de tudo. O grande espetáculo deve sempre ser sua explanação através das mais diversas formas. Ninguém está acima das Escrituras. Nenhuma experiência deve ser considerada se não estiver em conformidade com a revelação SUFICIENTE que a Bíblia nos traz. Como afirmou Lutero, “Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias“.

O Governo da Igreja deve ser exercido por pessoas dignas, maduras e capazes de aplicar os princípios bíblicos à vida da comunidade. Direção profética é discernir o que a própria Escritura nos dá como direção. Não é ficar correndo atrás de profecias anencéfalas, de adivinhações ou de promessas de crescimento. A Igreja também não é uma democracia. O que importa é a fidelidade aos fundamentos bíblicos. A voz do povo não é a voz de Deus. Porém é importante que o governo seja exercido na pluralidade. A Igreja é de Cristo. Nós somos apenas mordomos.

Ministérios (ou departamentos) nunca devem estar acima das pessoas. Os dons devem ser valorizados e cada um deve encontrar o lugar onde pode exercer tais dons de maneira efetiva no Reino de Deus. A idade não é um fator determinante para nenhum tipo de trabalho. O que importa é a vocação, dedicação e experiência. Também não há ministério “melhor” que outro. Por isso é aconselhável que os que ensinam colaborem também com o transporte do som ou a limpeza do local. De vez em quando faz bem, pra não se esquecerem que somos todos iguais.

Levita é o judeu que nasceu na tribo de Levi. Você não é um. Aceite isto.

Adoração é tudo que o cristão faz com excelência. Música é apenas uma ínfima parte do que utilizamos para adorar a Deus. Dá perfeitamente pra vivermos sem bandas de louvor. Não seria tão legal, mas ainda sim seria possível.

A agenda da Igreja deve ser leve. Não precisamos ocupar o tempo das pessoas com programações infinitas. Esse papo furado de que “antigamente os cultos tinham 4 horas” não é uma justificativa racional. Se a razão pela qual estamos reunidos for adequada, tenha certeza que as pessoas irão ficar voluntariamente as mesmas 4 horas. Mas isto jamais poderá ser conseguido com imposição.

Cultura é o meio ideal para a tradução das verdades eternas do Evangelho de Cristo. Desprezar a cultura contemporânea é o mesmo que enterrar dons. Não importa o que você pensa. O que importa é se as pessoas estão recebendo um ensino claro e coerente sobre quem é Jesus e sobre o que Ele fez por nós.

Não existe separação entre o santo e o profano. “Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados.” (Tito 1:15). Todas as coisas foram criadas por Deus. O uso de tais coisas é que as faz serem boas ou ruins.

O propósito do Evangelho é libertar pessoas. Ou seja, os pastores devem trabalhar para se tornarem inúteis. Manter pessoas debaixo de controle é mutilar a GRAÇA. Cristo não necessita deste tipo de pseudo-ajuda. Mais atrapalha do que ajuda quem tenta resolver problemas com regras e imposições.

Não precisamos esfolar pessoas por causa de dízimos e ofertas. É claro que Deus é generoso de maneiras inimagináveis. Mas não podemos nos esquecer que o favor de Deus não está condicionado à nossa fidelidade. Se estivesse, estaríamos todos ferrados. Se envolver financeiramente na vida da Comunidade (Igreja) é um dever do cristão. Mas se não houver uma motivação adequada, tal pessoa estará apenas cumprindo mais um rito religioso oco e sem poder algum. O propósito de todo ensino é sempre a transformação do entendimento. Afirmar que dar dinheiro é mais importante que “entender” porque o faz, é exatamente o que sustenta o sistema corrupto administrado por falsos pastores inescrupulosos.

Unidade é a coisa mais importante na vida da Igreja. O amor é o vínculo dessa unidade. Não precisamos pensar igual. Não precisamos padronizar formas, pensamentos, condutas ou ideias. Apenas precisamos exercitar o amor, de modo a encontrarmos acordo em todas as circunstâncias.

A Igreja é a comunidade que está acima das questões políticas. Erramos ou acertamos juntos. Sempre. E se alguém militar algum partidarismo, não compreendeu ainda os fundamentos da fé.

Fácil, né?

(há muito tempo não lia um texto contemporâneo tão esclarecedor e abençoador. Breno Silveira)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Carta ao Reverendo Van Diesel - Unção com óleo ungido


[Republicação - Mais uma carta fictícia. Não existe o Reverendo Van Diesel, pelo menos não com este nome...]


Prezado Reverendo Van Diesel,

Obrigado por ter respondido minha carta. Você foi muito gentil em responder minhas perguntas e explicar os motivos pelos quais você costuma ungir com óleo os membros de sua igreja e os visitantes durante os cultos, além de ungir os objetos usados nos cultos.

Eu não queria incomodá-lo com isto, mas o Severino, membro da minha igreja que participou dos seus cultos por três domingos seguidos, voltou meio perturbado com o que viu na sua igreja e me pediu respostas. Foi por isto que lhe mandei a primeira carta. Agradeço a delicadeza de ter respondido e dado as explicações para sua prática.
Sem querer abusar de sua gentileza e paciência, mas contando com o fato de que somos pastores da mesma denominação, permita-me comentar os argumentos que você citou como justificativa para a unção com óleo nos cultos.

Você escreveu, "A unção com óleo era uma prática ordenada por Deus no Antigo Testamento para a consagração de sacerdotes e dos reis, como foi o caso com Arão e seus filhos (Ex 28:41) e Davi (1Sam 16:13). Portanto, isto dá base para se ungir pessoas no culto para consagrá-las a Deus." Meu caro Van Diesel, nós aprendemos melhor do que isto no seminário presbiteriano. Você sabe muito bem que os rituais do Antigo Testamento eram simbólicos e típicos e que foram abolidos em Cristo. Além do mais, o método usado para consagrar pessoas a Deus no Novo Testamento para a realização de uma tarefa é a imposição de mãos. Os apóstolos não ungiram os diáconos quando estes foram nomeados e instalados, mas lhes impuseram as mãos (Atos 6.6). Pastores também eram consagrados pela imposição de mãos e não pela unção com óleo (1Tim 4.14). Não há um único exemplo de pessoas sendo consagradas ou ordenadas para os ofícios da Igreja cristã mediante unção com óleo. A imposição de mãos para os ofícios cristãos substituiu a unção com óleo para consagrar sacerdotes e reis.

Você disse que "Deus mandou Moisés ungir com óleo santo os objetos do templo, como a arca e demais utensílios (Ex 40.10). Da mesma forma hoje podemos ungir as coisas do templo cristão, como púlpito, instrumentos musicais e aparelhos de som para dedicá-los ao serviço de Deus. Eu e o Reverendo Mazola, meu co-pastor, fazemos isto todos os domingos antes do culto." Acho que aqui é a mesma coisa que eu disse no parágrafo anterior. A unção com óleo sagrado dos utensílios do templo fazia parte das leis cerimoniais próprias do Antigo Testamento. De acordo com a carta aos Hebreus, estes utensílios, bem como o santuário onde eles estavam, “não passam de ordenanças da carne, baseadas somente em comidas, e bebidas, e diversas abluções, impostas até ao tempo oportuno de reforma” (Hb 9.10). Além disto, o templo de Salomão já passou como tipo e figura da Igreja e dos crentes, onde agora habita o Espírito de Deus (1Co 3.16; 6.19). Não há um único exemplo, uma ordem ou orientação no Novo Testamento para que se pratique a unção de objetos para abençoá-los. Na verdade, isto é misticismo pagão, puro fetichismo, pensar que objetos absorvem bênção ou maldição.

Você também argumentou que “Jesus mandou os apóstolos ungir os doentes quando os mandou pregar o Evangelho. Eles ungiram os doentes e estes ficaram curados (Mc 6.13).” Nisto você está correto. Mas note o seguinte: (1) foi aos Doze que Jesus deu esta ordem; (2) eles ungiram somente os doentes; (3) e quando ungiam, os enfermos eram curados. Se você, Van Diesel, e seu auxiliar Mazola, curam a todos os doentes que vocês ungem nos cultos, calo-me para sempre. Mas o que ocorre? Vocês ungem todo mundo que aparece na igreja, crianças, jovens, adultos e velhos... Você fica de um lado e o Mazola do outro, e as pessoas passam no meio e são untadas com óleo na testa, gente sadia e com saúde. Se há enfermos no meio, eles não parecem ficar curados. Pelo menos o membro da minha igreja que esteve ai por três domingos seguidos não viu nenhum caso de cura. Ele me disse que você e o Mazola ungem o povo para prosperidade, bênção, proteção, libertação, etc. É bem diferente do que os apóstolos fizeram, não é mesmo?

Quando eu questionei a unção das partes íntimas que você faz numa reunião especial durante a semana, você replicou que “a unção com óleo sagrado e abençoado é um meio de bênção para as pessoas com problemas de esterilidade e se aplicado nas partes íntimas, torna as pessoas férteis. Já vi vários casos destes aqui na minha igreja.” Sinceramente, Van Diesel, me dê ao menos uma prova pequena de que esta prática tem qualquer fundamento bíblico! Lamento dizer isto, mas dá a impressão que você perdeu o bom senso! Eu me pergunto por que seu presbitério ainda não tomou providências quanto a estas práticas suas. Deve ser porque o presidente, Reverendo Peroba, seu amigo, faz as mesmas coisas.

Seu último argumento foi que “Tiago mandou que os doentes fossem ungidos com óleo em nome de Jesus (Tg 5.14).” Pois é, eu não teria problemas se os pastores fizessem exatamente o que Tiago está dizendo. Note nesta passagem os seguintes pontos.
A iniciativa é do doente: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor."
Ele chama “os presbíteros da igreja” e não somente o pastor.
O evento se dá na casa do doente e não na igreja.
E o foco da passagem de Tiago, é a oração da fé. É ela que levanta o doente, “E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (Tg 5.15).
Ou seja, não tem como usar esta passagem para justificar o “culto da unção com óleo santo” que você faz todas as quintas-feiras e onde unge quem aparece. Não há confissão de pecados, não há quebrantamento, nada do que Tiago associa com esta cerimônia na casa do doente.

Quer saber, Van Diesel, eu até que não teria muitos problemas se os presbíteros fossem até a casa de um crente doente, que os convidou, e lá orassem por ele, ungindo com óleo, como figura da ação do Espírito Santo. Se tudo isto fosse feito também com um exame espiritual da vida do doente (pois às vezes Deus usa a doença para nos disciplinar), ficaria de bom tamanho. E se houvesse confissão, quebrantamento, mudança de vida, eu diria amém!

Mas até sobre esta unção familiar eu tenho dúvida, diante do uso errado que tem sido feito da unção com óleo hoje. De um lado, há a extrema unção da Igreja Católica, tida como sacramento e meio de absolvição para os que estão gravemente enfermos e se preparam para a morte. Por outro, há os abusos feitos por pastores evangélicos, como você. O crente doente que convida os presbíteros para orarem em sua casa e ungi-lo com óleo o faz por qual motivo? Ungir com óleo era comum na cultura judaica e oriental antiga. Mas entre nós...? Será que este crente pensa que a unção com óleo tem poderes miraculosos? Será que ele pensa que a oração dos presbíteros tem um poder especial para curar? Se ele passa a semana assistindo os programas das seitas neopentecostais certamente terá idéias erradas sobre unção com óleo. Numa situação destas de grande confusão, e diante do fato que a unção com óleo para enfermos é secundária diante da oração e confissão de pecados, eu recomendaria grande prudência e discernimento.

Mas, encerro por aqui. Mais uma vez, obrigado por ter respondido à minha primeira carta e peço sua paciência para comigo, na hora de ler meus contra-argumentos.

Um grande abraço,


PS: Ah, o Reverendo Oliveira e o Presbítero Gallo, seus conhecidos, estão aqui mandando lembranças. Eles discordaram veementemente desta minha carta, mas fazer o quê...?

PS2: Desculpe ter publicado a foto que o Severino acabou tirando daquele seu armário no gabinete pastoral... ele não resistiu.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Se fosse por obras, onde estaria você? – C. H. Spurgeon




O maior conforto do pecador é saber que a salvação é pela graça. Se os homens fossem salvos por mérito, por boas obras, aonde estaria você? E aonde estariam os bêbados, os blasfemadores e os impuros? Aqueles entre vocês que amaldiçoam a Deus em seus corações e não O amam, aonde estariam?

Quando a salvação é inteiramente pela graça, sua vida passada, por mais impura que tenha sido, não é motivo para detê-lo de vir a Jesus. Cristo recebe pecadores. Deus escolheu alguns dos piores pecadores. Por que não então você? Ele recebe a todos que vêm a Ele. Ele não o lançará fora. Alguns chegaram a odiar a Cristo.

Eles O insultaram frontalmente. Mas tão logo que eles clamaram: "Deus, tem piedade de mim, um pecador!" Ele teve misericórdia deles. Ele terá misericórdia de você, se o Espírito Santo o guiar a buscar misericórdia. Não haveria esperança alguma para você se me fosse necessário lhe dizer que você precisa conquistar sua própria salvação à parte da graça.

Contudo, a salvação é pela graça. Se você está morto em pecados, existe vida para você. Se você está nu, existe vestimenta para você. Se você se sente arruinado, existe salvação completa para você. Que você tenha a graça para se apoderar da salvação de Deus.

Então, você e eu cantaremos juntos os louvores da glória da graça divina.

Charles H. Spurgeon

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Apartai-vos de mim! - C.H Spurgeon


"O Senhor virá! De uma terrível forma, Com coroa de arco-íris e manto de tempestade, Com voz de querubim e asas de vento, O Julgamento marcado de toda humanidade."


Então você achará perturbador tê-lo tratado com desprezo. Sem dúvida, havia outros em Jerusalém, que estavam cheios de curiosidade. Eles diziam - "Meu Deus, o que pode ser isto? O que isto significa? O que é isto?" "Eu gostaria que você viesse," eles diziam aos seus vizinhos, "e nos contassem a história deste homem singular, nós gostaríamos de saber sobre ele."


Alguns deles diziam: "Ele foi para o templo, eu diria que ele fará um milagre;" Assim afastados eles correram, e se apertaram, e se espremeram, e se amontoaram para ver uma maravilha. Eles eram como Herodes, eles desejavam ver algum milagre operado por ele. Este foi também o primeiro dia da chegada de Cristo, e, é claro o entusiasmo podia durar uns nove dias se ele prosseguisse, assim eles estavam muito curiosos sobre isso. E isso é tudo o que Cristo tem de milhares de pessoas.


Eles ouvem sobre um reavivamento da religião. Bem, eles gostariam o que é isso e ouvir sobre isso. Há alguma coisa acontecendo em tal e tal local de culto; bem, eles gostariam de ir mesmo que fosse somente para ver o lugar. "Há um estranho ministro dizendo coisas esquisitas, vamos ouvi-lo. Nós tínhamos intenção de sair" - vocês sabem que eu tenho em vista vocês mesmos - "nós tínhamos a intenção de ir a uma excursão hoje," você diz, "mas, ao invés disto, vamos lá."


Apenas isto, curiosidade, curiosidade; isto é tudo tem hoje, e ele que morreu sobre a cruz tornou-se um tema para uma história sem propósito, e ele que é Senhor de anjos e adorado por homens, é discutido como se fosse um Bruxo do Norte ou algum excêntrico impostor! Ah! Daqui a pouco, você achará perturbador tê-lo tratado assim; porque quando ele vier, e quando todo olhos vê-lo, você que simplesmente inquiriu curiosamente por ele descobrirá que ele perguntará por você, não com animosidade mas com ódio, e dirá - "Apartai-vos, vós malditos, para o fogo eterno.

Charles Haddon Spurgeon

Porque admiro John Wesley



John Wesley viveu na Inglaterra do século XVIII, uma sociedade conturbada pela Revolução Industrial, onde crescia muito o número de desempregados. A Inglaterra estava cheia de mendigos itinerantes, políticos corruptos, vícios e violência generalizada. O cristianismo, em todas as suas denominações, estava definhando. Ao invés de influenciar, o cristianismo estava sendo influenciado, de maneira alarmante, pela apatia religiosa e pela degeneração moral. Dentre aqueles que não se conformavam com esse estado paralisante da religião cristã, sobressaiu-se John Wesley. Primeiro, durante o tempo de estudante na Universidade de Oxford, depois como líder no meio do povo.

No dia 24 de maio de 1738, na rua Aldersgate, em Londres, Wesley passou por uma experiência espiritual extraordinária, é assim narrada em seu diário:
"Cerca das oito e quinze, enquanto ouvia a preleção sobre a mudança que Deus opera no coração através da fé em Cristo, senti que meu coração ardia de maneira estranha. Senti que, em verdade, eu confiava somente em Cristo para a salvação e que uma certeza me foi dada de que Ele havia tirado meus pecados, em verdade meus, e que me havia salvo da lei do pecado e da morte. Comecei a orar com todo meu poder por aqueles que, de uma maneira especial, me haviam perseguido e insultado. Então testifiquei diante de todos os presentes o que, pela primeira vez, sentia em meu coração".
Nos 50 anos seguintes, Wesley pregou em média de três sermões por dia; a maior parte ao ar livre. Houve uma vez que pregou a cerca de 14.000 pessoas. Milhares saíram da miséria e imoralidade e cantaram a nova fé nas palavras dos hinos de Carlos Wesley, irmão de John. Os dois irmãos deram à religião um novo espírito de alegria e piedade.

Como não havia muitas oportunidades na Igreja Anglicana, Wesley pregava aos operários em praças e salões - muito embora ele não gostasse de pregar fora da Igreja - E tornou-se conhecidíssima esta sua frase: "o mundo é a minha paróquia". Influenciados pelos moravianos, John e seu irmão Carlos organizaram pequenas sociedades e classes dentro da Igreja da Inglaterra, liderados por leigos, com os objetivos de compartilhar, estudar a Bíblia, orar e pregar. Logo o trabalho de sociedades e classes seria difundido em vários países, especialmente nos EUA e na Inglaterra e estaria presente em centenas de sociedades, com milhares de integrantes. Com tanto serviço, Wesley andava por toda a parte a cavalo, conquistando o apelido de 'O Cavaleiro de Deus'. Calcula-se que, em 50 anos, Wesley tenha percorrido 400 mil quilômetros e pregado 40 mil sermões, com uma média de 800 sermões por ano. John Wesley deixou um legado de 300 pregadores itinerantes e mil pregadores locais. A Igreja Metodista, como Igreja propriamente, organizou-se primeiro nos EUA e depois na Inglaterra (somente após a morte de Wesley no dia 2 de março de 1791).
Membros nos Estados Unidos[2]
1771 - 361 membros
1780 - 8.500 membros
1784 - 15.000 membros
1790 - 57.621 membros
1800 - 64.894 membros
1809 - 163.038 membros

Wesley ensinava que a conversão a Jesus é comprovada pela prática (testemunho), e não pelas emoções do momento.
Valorização dos pregadores leigos que participavam lado a lado com os clérigos da Missão de evangelização, assistência e capacitação de outras pessoas.
Afirma que o centro da vida cristã está na relação pessoal com Jesus Cristo. É Jesus quem nos salva, nos perdoa, nos transforma e nos oferece a vida abundante de comunhão com Deus.
Valoriza e recupera em sua prática a ênfase na ação e na doutrina do Espírito Santo como poder vital para a Igreja.
Reconhece a necessidade de se viver o Evangelho comunitariamente. John Wesley afirmou que "tornar o Evangelho em religião solitária é, na verdade, destruí-lo".
Preocupa-se com o ser humano total. Não é só com o bem-estar espiritual, mas também com o bem-estar físico, emocional, material. Por isso devemos cuidar do nosso próximo integralmente, principalmente dos necessitados e marginalizados sociais.

Podemos afirmar que o bem-estar espiritual é o resultado da paz de Cristo que alcança todas as áreas da vida do cristão. É o resultado do bem-estar físico, emocional, econômico, familiar, comunitário. Tudo está nas mãos de Deus, nEle confiamos e Ele é fiel em cuidar de nós. Sua salvação alcança-nos integralmente.
Enfatiza a paixão pela evangelização. Desejamos e devemos trabalhar com paixão, perseverança e alegria para que o amor e a misericórdia de Deus alcancem homens e mulheres em todos os lugares e épocas.
Aceita as doutrinas fundamentais da fé cristã, conforme enunciadas no Credo Apostólico (Cremos na Bíblia, em Deus, em Jesus Cristo, no Espírito Santo, no ser humano, no perdão dos pecados, na vitória por meio da vida disciplinada, na centralização do amor, na segurança e na perfeição cristã, na Igreja, no Reino de Deus, na vida eterna, na segunda vinda de Jesus, na graça de Deus para todos, na possibilidade da queda da graça divina, na oração intercessória, nas missões mundiais. Cremos profundamente no AMOR. Amor de Deus em nossa vida, amor dos irmãos.), enfatizando o equilíbrio entre os atos de piedade (atos devocionais) e os atos de misericórdia (a prática de amor ao próximo).

Legado
Além de milhares de convertidos e encaminhados para a santificação cristã, houve também obras sociais dignas de destaque, como estas: Dinheiro aos pobres (Wesley distribuía). Compêndio de medicina (Wesley escreveu e foi largamente difundido). Apoio na reforma educacional. Apoio na reforma das prisões. Apoio na abolição da escravatura! Atualmente, o total de membros da comunidade metodista no mundo está estimado em cerca de 75 milhões de pessoas. O maior grupo concentra-se nos Estados Unidos: a Igreja Metodista Unida neste país é a segunda maior denominação protestante.

Hoje, além dos seguidores do Metodismo, a vida de muitos é influenciada pela missão de Wesley. Movimentos posteriores como o Movimento de Santidade e o Pentecostalismo devem muito a ele. A insistência wesleyana da busca da santificação pessoal e social contribuem significativamente para a ideologia da busca de uma vida e mundo melhor. A Igreja Católica Romana recebeu indiretamente alguns conceitos de Wesley quando o cardeal John Henry Newman uniu-se a ela, vindo da Igreja Anglicana e concretizando em reformas litúrgicas, sociais, carismática e teológica desde o concílio Vaticano II.
Faleceu a 2 de março de 1791, em Londres, Inglaterra. Encontra-se sepultado em Wesleys Chapel, Grande Londres, Londres, Inglaterra.

Referências
http://freemasonry.bcy.ca/biography/wesley_j/wesley_j.html
 http://www1.uol.com.br/bibliaworld/igreja/historia/metod.htm
 Fonte: LOCKMANN, Bispo Paulo; CONSTANTINO, Zélia. Seguir a Cristo, manual de discipulado.
 John Wesley no Find a Grave
Bibliografia
Daniel R. Jennings, The Supernatural Occurrences Of John Wesley, SEAN Multimedia, Oklahoma City, OK 2005

segunda-feira, 4 de junho de 2012

A família mais problemática do mundo - C.H Spurgeon



Oh, é possível eu estar aqui nesta manhã, quando penso nos pecados que cometi e nos crimes que cruzaram meus maus pensamentos? Sim, estou aqui, não consumido, porque o Senhor não muda. Oh, se Ele tivesse mudado, seríamos consumidos de uma dúzia de formas diferentes; se o Senhor tivesse mudado, vocês e eu deveríamos ter sido consumidos por nós mesmos; pois, afinal de contas, o "senhor eu" é o pior inimigo que um cristão pode ter. Teríamos sido assassinos de nossas próprias almas; teríamos preparado o copo de veneno para os nossos próprios espíritos, se o Senhor não tivesse sido um Deus imutável e tirado o copo das nossas mãos quando estávamos a ponto de bebê-lo. Então o próprio Deus deveria ter nos consumido se Ele não tivesse sido um deus imutável. Chamamos Deus de "Pai"; mas não há um pai neste mundo que não teria matado todos os seus filhos há muito tempo, caso fosse provocado por eles, ou se tivesse tido metade dos problemas que Deus teve com Seu povo. Ele tem a família mais problemática de todo o mundo incrédula, ingrata, desobediente, esquecida, rebelde, desviada, murmurante e endurecida. Bem, é por que Ele é paciente; senão já teria não só usado a vara, como também a espada contra vários de nós há muito tempo. Devido não haver nenhuma razão para que merecêssemos amor, muito menos existe razão agora.


John Newton contava uma história engraçada e ria disso também, de uma boa senhora que disse a respeito da doutrina da eleição: "Ah senhor, o Senhor deve ter me amado antes que eu nascesse, ou então Ele não teria visto nada em mim para amar depois". Estou certo que isso é verdade em meu caso e também com respeito à maioria dos filhos de Deus; pois existe muito pouco para amar neles depois de nascerem, que, se Ele não os tivesse amado antes disso, Ele não teria visto razão nenhuma para escolhê-los depois; porém, desde que Ele os amou sem terem feito nada, Ele ainda continua amando-os sem obras; desde que suas boas obras não Lhe despertaram a afeição, obras más não podem apagar esse afeto; desde que a retidão deles não ligou o amor dEle a eles, assim a maldade deles não poderá romper os vínculos dourados. Ele os amou segundo Sua graça soberana e ainda os amará. Todavia deveríamos ter sido consumidos pelo diabo e por nossos inimigos - consumidos pelo mundo, por nossos pecados, por nossas ten¬tações e por outras centenas de modos diferentes, se Deus alguma vez tivesse mudado.


Bem, agora o tempo nos é insuficiente e não posso dizer muito mais. Eu abordei este texto apenas superficialmente. Entrego-o agora a vocês. Que o Senhor possa ajudá-los, "os filhos de Jacó", a levarem para casa esta porção de alimento; digiram-na bem e alimentem-se dela. Que o Espírito Santo aplique docemente essas coisas gloriosas que estão escritas aqui! E que vocês possam ter "um banquete de coisas saborosas e de vinhos bem refinados"! Lembrem-se que Deus é o mesmo, não importa o que aconteça. Seus amigos podem ser infiéis, seus pastores podem ser levados embora, tudo pode mudar, mas com Deus isso não acontece. Seus irmãos podem mudar e podem lançar seu nome na lama, porém Deus ainda amará vocês. O quinhão de vocês na vida pode mudar e suas propriedades podem ser perdidas; suas vidas podem ser abaladas e vocês podem ficar fracos e doentes; tudo pode desvanecer - existe um lugar onde as mudanças não podem colocar suas mãos; existe um nome no qual a mutabilidade não estará presente; existe um coração que nunca mudará; é o coração de Deus - esse nome é Amor.


"Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos." - Malaquias 3:6

quarta-feira, 23 de maio de 2012

O preço da verdade

Precisamos de mais pessoas com essa atitude no nosso meio. Oro a Deus para que nos levante como suas verdadeiras testemunhas. Denunciemos toda mentira e engano plantado pelo deus deste século.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O Pecado na era Pós-cristã



Num desses dias, alguém me perguntou como se deve proceder quando em pecado. Respondi o óbvio: arrepender-se. A pessoa contestou dizendo que o pecador também é vítima e precisa ser entendido como tal.

Essa me parece ser a discussão dos dias correntes: pecador ou vítima?

A Bíblia reconhece que qualquer pessoa pode ser vítima do pecado de alguém ou mesmo da conjuntura social, ou da estrutura politico-econômico-social, porém, não entende que isso possa justificar qualquer ato pecaminoso. Para a Bíblia todo ser humano é sujeito da e na história, principalmente, de sua história. Todos são pessoalmente responsáveis, ainda que possa haver atenuantes ou agravantes.

Para a Escritura Sagrada o que se pede do pecador é que se arrependa, isto é, que assuma o seu erro e a sua responsabilidade. Arrepender-se é aceitar a punição da lei. Um pecador arrependido é aquele que admite merecer a punição que a Lei de Deus prescreve para ele. Que, em última instância, é a morte: “A alma que pecar, morrerá” (Ez 18.4).

O Novo Testamento, entretanto, nos ensina que todo o pecador que se arrepender, isto é, todo o que admitir e confessar o seu pecado será por Deus perdoado, como ensina o apóstolo João (1 Jo 1.9). E, por ser perdoado por Deus, deve ser perdoado pelo ser humano a quem ofendeu. Entretanto, o pecador não tem como exigir o ser perdoado. O pecador pede perdão, mas, não o exige; pelo simples fato de que perdão não é um direito do pecador, é uma benesse do ofendido. Porque perdão é graça.

É verdade que o cristão não tem como não perdoar (Mt 6.12). Contudo, essa é uma questão entre a vítima e Deus. Além disso, o pecador não tem o direito de reclamar do sofrimento de que foi acometido como consequência de seus atos - no relacionamento ofensor e ofendido (isso não justifica o ofendido, caso sua reação seja pecaminosa). É a lei da semeadura: “Semeia-se vento, colhe-se tempestade” (Os 8.7). E é preciso que se diga que, por pior que seja o sofrimento que o pecado venha a provocar sobre o pecador, ainda é menor do que o Inferno ao qual ele fez jus.

Todo o que confessa o seu pecado será perdoado e restaurado por Deus (1 Jo 1.9). Porém, confessar é assumir a responsabilidade e admitir a justiça da punição pelo que fez. Ainda que a punição não virá pelo fato de já ter sido sofrida por Cristo.

Nesta época tal reflexão está se tornando impensável: porque vivemos numa era de vítimas. Hoje, não importa o erro que a pessoa cometa, ela é sempre vítima: seja da sociedade, seja da história, seja da economia, seja da política, seja das instituições, seja da família. Ninguém é culpado. Logo, como alguém disse: é uma época em que ninguém assume a responsabilidade, nem adia prazeres e nem se presta a sacrifícios.

Essa época é pós-cristã não porque não se fale mais de Deus (pelo contrário, provavelmente, poucas vezes na história se falou tanto de Deus), mas, porque não se fala e nem mais se admite a realidade do pecado. Esta é uma era onde não há mais pecadores, só há enfermos. É o auge do humanismo: o pressuposto de que o ser humano é intrinsecamente bom venceu; e, ora, gente intrinsecamente boa não peca, adoece. E doentes são vítimas.

O que ainda não se percebeu nesta presente época é que doentes não podem ser perdoados. Só pecadores podem ser perdoados. Logo, só pecadores podem ser restaurados; só pecadores podem ser tornados puros de toda a injustiça que cometeram. O que será dos que estão prontos para assumir que estão enfermos, mas, jamais que são pecadores? A probabilidade maior é a de continuar pecando cada vez mais e pior, contraindo, aí sim, uma doença para a qual não há cura: a voracidade de ser aceito de qualquer jeito, por julgar ter o direito de ser de jeito qualquer. Essa enfermidade coloca a pessoa a deriva dos mais grotescos apetites, tornando-a escrava dos instintos, que se tornarão cada vez mais irresistíveis. É a escravidão do pecado (Jo 8.34). E disso só se escapa quando, finalmente, a todos os pulmões o pecador confessa: “Minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa”.

Por Ariovaldo Ramos via Facebook

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Documentário sobre a vida de Charles H. Spurgeon!!!

Em fim chega em português o documentário sobre a vida daquele que foi considerado o príncipe dos pregadores: Charles Haddon Spurgeon. Vale a pena conferir!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Combatendo o pecado com a verdade!


"Quando li o título desta mensagem, não tive dúvidas em reproduzi-la no blog, devido a fatos que ocorreram e ainda correm em meio as igrejas e inclusive a qual frequento". Breno Silveira


Paulo nos oferece o modelo completo de um ministro cristão. Pastor vigilante, ele se preocupava sem cessar com o rebanho confiado a seus cuidados. Ele não se limitava a pregar o Evangelho, e não cria ter completado todo o seu dever em anunciar a salvação, mas seus olhos estavam sempre voltados às Igrejas que havia fundado, seguindo-as, com um interesse zeloso, no seu progresso ou declínio na fé. Quando ele tinha que ir proclamar o Evangelho eterno em outras regiões, ele não cessava de velar pelo bem estar espiritual de suas vibrantes colônias cristãs da Grécia e da Ásia menor, semeadas por ele em meio às trevas do paganismo; e enquanto acendia novas lâmpadas na tocha da verdade, ele não negligenciava aquelas que já flamejavam. É assim que, em nosso texto, ele dá à pequena Igreja de Filipos uma prova de sua solicitude, lhes dirigindo conselhos e advertências. E o Apóstolo não era menos fiel que vigilante. Quando via pecado na Igreja, não hesitava em denunciá-lo. Ele não lembrava a maioria dos pregadores modernos, que se vangloriam de não ter jamais tido uma relação pessoal com seu rebanho ou jamais ter incomodado suas consciências, e que põem sua glória naquilo que é enganoso; porque tivessem eles sido fiéis, tivessem exposto sem impureza todo o conselho de Deus, teriam infalivelmente, uma vez ou outra, ferido a consciência de seus ouvintes.

Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. (Fil. 3:18,19).

Paulo agia totalmente diferente: ele não temia atacar frontalmente o pecador, e não somente tinha a coragem de declarar a verdade, mas sabia da necessidade de insistir sobre esta verdade: "Repetidas vezes eu vos dizia, e eu vos digo ainda, que muitos entre vós são inimigos da cruz de Cristo”.

Mas se, por uma parte o apóstolo era fiel, por outra ele era cheio de afeto. Como todo ministro de Cristo deveria fazer, ele amava verdadeiramente as almas sob seu encargo. Se ele não podia admitir que algum membro das Igrejas colocadas sob sua direção se desviasse da verdade, não podia mais ainda lhes repreender sem derramar lágrimas. Ele não sabia brandir a ira com o olho seco, nem denunciar os juízos de Deus de maneira fria e indiferente.

As lágrimas brotavam de seus olhos, enquanto que sua boca pronunciava as mais terríveis ameaças; e quando censurava, seu coração batia tão forte de compaixão e amor, que aqueles a quem ele se dirigia não podiam duvidar da afeição com que suas censuras eram ditadas: “Eu, repetidas vezes vos dizia, e agora vos digo até chorando”.

Meus amados. A advertência solene que Paulo, outrora, dirigiu aos Filipenses nas palavras de meu texto, eu as dirijo a vocês hoje, para que entendam.

Temo que esta advertência não seja menos necessária em nossos dias que nos tempos do Apóstolo, porque em nossos dias como nos dias do Apóstolo, há vários na Igreja cuja conduta testemunha fortemente que são inimigos da cruz de Cristo. Que posso dizer? O mal, longe de diminuir, me parece ganhar terreno a cada dia. Há, em nosso século, um maior número de pessoas que fazem profissão de fé que no tempo de Paulo, mas há também mais hipócritas.

Nossas Igrejas, eu lhes digo para sua vergonha, toleram em seu seio membros que não têm nenhum direito a este título; membros que estariam bem melhor se postos em uma sala de festim, ou em qualquer outro lugar de dissolução e loucura, mas que jamais deveriam molhar os lábios no cálice sacramental ou comer o pão místico, emblemas dos sofrimentos de nosso Senhor. Sim, em vão procurariam dissimular que há vários entre nós – (e se tu voltasses à vida, ó Paulo. Quanto não te sentirias apressado em nos dizer, e quantas lágrimas amargas não derramarias ao nos dizer!...) – que são inimigos da cruz de Cristo, e isto porque o deus deles é o ventre, porque eles dirigem suas afeições às coisas da terra, e sua conduta está em completo desacordo com a santa lei de Deus.

Charles Haddon Spurgeon.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Inclina-me a Palavra, não a Cobiça! - C. H. Spurgeon


Inclina-me o coração a tua Palavra, e não à cobiça.
 Sal 119.36


Inclina-me o coração a tua Palavra. Esta oração não parece supérflua, já que, evidentemente, o coração do salmista es¬tava posto na obediência? Estamos convencidos de jamais haver sequer uma palavra sobrando [ou supérflua] na Escritura. Depois de rogar por uma virtude ativa, era indispensável que o homem de Deus rogasse para que seu coração fosse posto em tudo quanto ele fizesse. O que seriam seus avanços se seu coração não avançasse também?


É possível que Davi sentisse um desejo flutuante, uma propensão desordenada de sua alma por lucros materiais; possivelmente, mesmo instruído em suas mais devotas meditações, de repente clamasse por mais graça. A única forma de curar uma inclinação errônea é manter a alma voltada para a direção oposta. A santidade do coração é a cura para a cobiça. Que bênção podermos pedir ao Senhor até mesmo uma inclinação!


Nosso querer é livre; todavia, mesmo sem violar sua liberdade, a graça pode inclinar-nos na direção certa. Isso pode ser feito através da iluminação do entendimento quanto à excelência da obediência, através do fortalecimento dos hábitos de nossa virtude, pela experiência da doçura da piedade e por muitos outros meios. Se algum dever se nos torna maçante, cabe-nos oferecer-lhe esta oração com especial referência; é preciso que amemos todos os testemunhos do Senhor; e se falharmos em algum deles, então que prestemo-lhe duplicada atenção. A tendência do coração é o caminho para o qual a vida se inclina; daí a força da petição: "Inclina meu coração." Felizes seremos quando nos sentirmos habitualmente inclinados a tudo quanto é bom! Esse não é o modo como um coração carnal sempre se inclina; todas as suas inclinações estão em franca oposição aos testemunhos divinos.


E não à cobiça. Esta é a inclinação da natureza, e a graça tem de pôr um basta nela. Este vício é tão injurioso quanto comum; é tão banal quanto miserável. É idolatria, e portanto destrona a Deus; é egoísmo, e portanto é cruel a todos em seu poder; é sórdida ambição, e portanto venderia o próprio Senhor por dinheiro. É um pecado degradante, aviltante, obstinado, mortal, que destrói tudo o que o rodeia, tudo o que é amável e cristão. O cobiçoso pertence à confraria de Judas, que com toda probabilidade se tornará pessoalmente o filho da perdição. O crime da cobiça é comum, porém bem poucos se dispõem a confessá-lo; pois quando uma pessoa cumula ouro em seu coração, o pó dele embaça seus olhos, de modo que não consegue divisar seu próprio erro. Nosso coração provavelmente tenha algum objeto de desejo, e a única maneira de isentá-lo do lucro profano é pondo em seu lugar os testemunhos do Senhor. Se nos sentirmos inclinados a tomar uma vereda, seremos atraídos para outra; a virtude negativa com certeza é mais facilmente dominada quando a graça positiva predomina.












(Charles Haddon Spourgeon)

terça-feira, 27 de março de 2012

O Amor de Deus não é Incondicional



É um equívoco dizer que o amor de Deus é incondicional, para que seja assim o amor de Deus deveria cumprir duas condições que, a meu ver, estão implícitas no termo incondicionalidade: a não necessidade de pré-requisito e a não expectativa de reciprocidade. Vejamos:

A- "Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro." I Jo 4.19 (RC)

Deus não ama incondicionalmente: Deus ama para ser amado. Deus espera que seu amor por nós desperte amor por Ele. Se Deus amasse incondicionalmente a salvação teria de ser universal.

Incondicionalidade significa não exigir nenhum pré-requisito e não esperar nenhum tipo de resposta. Não é o caso: Deus espera ser amado. Logo, antes de ser incondicional, o amor de Deus atua para criar em nós condições de amá-lo. Não é incondicional porque dos dois fatores que demarcam a incondicionalidade: a ausência de pré-requisito e o não aguardo de resposta - o amor de Deus contempla apenas o primeiro. O amor de Deus não exige pré-requisito: "Mas Deus mostrou-nos até que ponto nos ama, pois, quando ainda éramos pecadores, Cristo morreu por nós." (Rm 5.8 - SBP) O amor de Deus, entretanto, exige uma resposta: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (Jo 3.16 – RA) – Deus ama ao mundo, mas só salva àquele que responde ao seu amor.

B- "O amor de Cristo absorve-nos completamente, pois sabemos que se ele morreu por todos, então todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem já não vivam para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou." 2Co 2.14,15 (SBP)

O amor sacrificial de Cristo é suficiente para salvar a todos, mas, é eficaz aos que, conscientes desse amor, não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. O amor de Cristo espera gerar conversão, para que haja salvação.

C- "Nós sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, dos que são chamados segundo o seu plano." Rm 8.28 (SBP)

Deus é soberano, mas se responsabiliza pela história daqueles que o amam; o caminho dos ímpios, porém, perecerá (Sl 1.6). Deus garante que interferirá na história para que esta seja benéfica para os que o amam, contudo, deixará que os ímpios sigam livremente o seu curso, o que terminará em perdição. E, ímpios são os que não respondem ao amor de Deus.

D- "Foi antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de deixar este mundo para ir para o Pai. E ele, que amou sempre os seus que estavam no mundo, quis dar-lhes provas desse amor até ao fim. (...) Levantou-se então da mesa, tirou a capa e pegou numa toalha que pôs à cintura. Depois deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha. (...) Se eu, que sou Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também de agora em diante devem lavar os pés uns aos outros." Jo 13. 1, 4, 5, 14 (SBP)

Mesmo o ato mais amoroso e aparentemente incondicional de Cristo tinha um propósito: provocar conversão em seus discípulos, de modo que o imitassem. Não era, portanto, uma demonstração da incondicionalidade de seu amor, mas um ato pedagógico visando um fim específico. Deus ama primeiro, porém não incondicionalmente, ele espera uma resposta.

E- "E diz também: Se o teu inimigo tem fome, dá-lhe de comer e se tem sede dá-lhe de beber. Ao fazeres isso, farás com que a cara lhe arda de vergonha." Rm 12.20 (SBP)

Mesmo o amor com que Deus manda que amemos não é incondicional, espera uma resposta. Ainda que a gente não deva parar de amar por motivo nenhum: "E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido." Gl 6.9 (RA) – a gente, também, não pode perder a esperança de alcançar a resposta desejada.

F- "Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força." Dt 6.4,5

Deus espera ser amado, porque esta é a única maneira adequada de relacionar-se com Deus na beleza de sua exclusividade, de sua santidade: amá-lo acima de todas as coisas – o que significa sempre escolher a Deus, não importa quão tentadora seja a possibilidade oferecida; quem ama a Deus acima de todas as coisas só escolhe o que Deus escolheria, porque sempre escolhe a Deus.

G- "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele. Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou." Jo 14.21,24 (RA) "Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou." 1Jo 2.4-6 (RA)

Quem ama a Deus? Aquele que o obedece. O que acontece com aquele que obedece a Deus? O amor de Deus é nele aperfeiçoado, isto é, nele o amor que saiu de Deus consegue cumprir a missão para a qual saiu. Deus ama para ser obedecido! Quem não obedece a Deus como resposta ao seu amor, não só não o ama como nem o conhece de fato; logo, não pode nele permanecer, até porque nem está nele.

H- "Nem todos aqueles que me dizem: ‘Senhor, Senhor!’ entrarão no reino dos céus, mas apenas os que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus." Mt 7.21 (RA)

Os que não obedecem a Deus não serão salvos, não porque a salvação seja pelas obras, mas porque a graça de Deus, que em nós foi derramada, nos torna filhos da obediência, prontos para as boas obras e para andar de modo digno do chamado que recebemos; porque, pela graça, somos fortalecidos com poder no homem interior, podendo, assim, ser imitadores de Deus, como filhos amados, como nos ensina o apóstolo Paulo, na carta aos efésios.

Então, quem peca não é salvo? Para os que caem em pecado há uma palavra de obediência que, em sendo cumprida, demonstra que eles, ainda amam ao Senhor, embora, por um momento, o tenham desonrado: "Mas se confessarmos os nossos pecados, Deus que é fiel e justo perdoará os nossos pecados e nos purificará de todo o mal." I Jo 1.9 (SBP). Há uma ordem clara para todo o que, se dizendo filho de Deus, cai em pecado: arrepender-se. A ordem é não pecar, contudo, disse João: "Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo." I Jo 2.1 (RA). É preciso, entretanto, ter sempre em mente a palavra do apóstolo: "Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu. Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus." I Jo 3.4,8 (RA)

O amor de Deus não é incondicional, Deus ama para ser obedecido.

Tudo, na Bíblia, parece dizer que Deus não deixa de amar porque não houve resposta ao seu amor, entretanto, também não deixa de esperar que essa resposta venha. E se ela não vier, apesar de todo o amor que dispensa às suas criaturas, executará o juízo.

Por: @ariovaldoramos

quarta-feira, 21 de março de 2012

Soberania de Deus na eleição


I. – Desde toda a eternidade, e pelo sapientíssimo e santíssimo conselho de sua própria vontade, Deus ordenou livre e imutavelmente tudo quanto acontece; porém, de modo tal que nem é Deus o autor do pecado, nem se faz violência à vontade das criaturas, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, ao contrário estas são estabelecidas.

II. – Embora Deus saiba tudo quanto pode ou há de suceder em todas as circunstâncias imagináveis, contudo ele não decretou coisa alguma por havê-la previsto como futura, nem como algo que haveria de acontecer em tais circunstâncias.
III. – Pelo decreto de Deus e para a manifestação de sua glória, alguns homens e anjos são predestinados para a vida eterna e outros são preordenados para a morte eterna.

IV. – Esses anjos e homens, assim predestinados e preordenados, são específica e imutavelmente designados, e seu número é tão certo e definido, que não pode ser nem aumentado e nem diminuído.

V. – Aqueles dentre a humanidade que são predestinados para a vida, Deus, antes que fossem lançados os fundamentos do mundo, segundo seu eterno e imutável propósito, e o secreto conselho e beneplácito de sua vontade, escolheu em Cristo para a glória eterna, simplesmente por sua livre graça e amor, sem qualquer previsão de fé ou de boas obras, ou de perseverança em qualquer um deles, ou de qualquer outra coisa na criatura, como condições ou causas que a isso o movessem; e tudo para o louvor de sua gloriosa graça.

VI. – Visto que Deus designou os eleitos para a glória, assim ele, pelo eterno e mui livre propósito de sua vontade, preordenou todos os meios para se alcançar esse propósito. Por conseguinte, aqueles que são eleitos, achando-se caídos em Adão, são redimidos por Cristo; são eficazmente chamados à fé em Cristo mediante seu Espírito que opera no devido tempo; são justificados, adotados, santificados e guardados por seu poder mediante a fé para a salvação. Nenhum outro é redimido por Cristo, ou eficazmente chamado, justificado, adotado, santificado e salvo, senão unicamente os eleitos.

VII. – Aprouve a Deus, segundo o insondável conselho de sua própria vontade, pela qual estende ou retrai sua misericórdia, como lhe apraz, para a glória de seu soberano poder sobre Suas criaturas, não contemplar o restante e ordená-lo para a desonra e ira por causa de seu pecado, para o louvor de sua gloriosa justiça.

VIII. – A doutrina deste profundo mistério de predestinação deve ser tratada com especial prudência e cuidado, a fim de que os homens, atentando para a vontade de Deus revelada em sua Palavra, e rendendo-lhe obediência, possam, proveniente da certeza de sua vocação eficaz, se assegurar de sua eterna eleição. E assim, a todos quantos sinceramente obedecem ao Evangelho, esta doutrina fornecerá motivo de louvor, reverência e admiração a Deus, bem como de humildade, diligência e abundante consolação.

Trecho extraído da Primeira Confissão Congregacional de fé, capítuloIII

segunda-feira, 19 de março de 2012

É Correto: Julgar, Expor o Erro e Citar Nomes?


"Posto o estudo abaixo fazendo dele minhas palavras" (Breno Silveira)


Muitos hoje acreditam que é errado expor o erro e citar nomes. Liberais sempre pareceram pensar assim; em tempos recentes [a partir das décadas de 1940 e 1950?] este pensamento anti-bíblico passou a ser amplamente abraçado por evangélicos [falamos em geral] e por pentecostais/ carismáticos. Agora [a partir das décadas de 1970, 1980?] estamos vendo esse mesmo erro fatal sendo proclamado e defendido por aqueles que dizem ser fundamentalistas crentes na Bíblia. Aqueles que são fiéis em expor o erro de acordo com a Bíblia são agora denunciados e acusados de serem "sem amor" e "cultivadores de ódio". Neste artigo queremos apresentar o ensino bíblico sobre este assunto de suma importância.

I. PRATICAR O JULGAMENTO BÍBLICO É CORRETO

Um dos versículos mais mal interpretados na Bíblia é: "Não julgueis, para que não sejais julgados". (Mt 7:1). Toda Escritura deve ser tomada em seu contexto, se quisermos adequadamente entender o seu verdadeiro significado. Nos versículos de 2 a 5 deste mesmo capítulo é evidente que o versículo 1 está se referindo ao julgamento hipócrita. Um irmão que tem uma trave em seu próprio olho não deve julgar o irmão que tem um argueiro no seu. A lição é clara, você não pode julgar outro por seu pecado se você é culpado do mesmo pecado.

Aqueles que se prendem ao "Não julgueis, para que não sejais julgados", para condenar aqueles que expõem o erro devem ler o capítulo inteiro. Jesus disse: "Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas..." (vers. 15). Como podemos conhecer os falsos profetas se não os julgarmos pela Palavra de Deus? Se conhecermos os falsos profetas, como podemos falhar em alertar o rebanho a respeito desses "lobos devoradores"? Por toda a Bíblia encontramos provas de que devemos os identificar e os expor.

"Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus". (vers. 16,17). Será que o Senhor Jesus quis dizer que não podemos julgar a árvore (pessoa), mas somente o fruto de sua vida e doutrina? Certamente não, pois você não pode conhecer sem julgar. Todo julgamento deve ser baseado no ensino bíblico e não de acordo com caprichos ou preconceitos.

"Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça" (João 7:24). Aqui nosso Senhor ordena que devemos "julgar segundo a reta justiça", que é o julgamento baseado na Palavra de Deus. Se o julgamento é feito sobre qualquer outra base que não a Palavra de Deus, é uma violação a Mateus 7:1. O dicionário Webster diz que um juiz é "alguém que declara a lei". O cristão fiel deve discernir (isto é, julgar) na base da inspirada lei de Deus, a Bíblia.

Um fornicário é descrito em 1 Coríntios 5:1-13. Paulo "julgou" (v.3), o homem, embora ele estivesse ausente, e disse à igreja em Corinto que eles "julgavam" (v.12) aqueles que estavam dentro. A palavra grega para "julgar" é a mesma aqui, como em Mateus 7:1. Paulo não viola "Não julgueis, para que não sejais julgados", ao julgar o homem, nem ao instruir a igreja para julgar também. Toda esta decisão foi de acordo com a Palavra de Deus.

Uma pessoa que é capaz de discernir entre o bem e o mal tem pelo menos uma das grandes marcas da maturidade espiritual. "Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal" (Hebreus 5:14). W.E. Vine fala do significado de discernir "uma distinção, uma discriminação clara, discernimento, julgamento, é traduzida como "discernir" em 1 Coríntios 12:10, de discernir espíritos, a julgar pelas provas de que eles estão mal ou de Deus". Strong também concorda que os significados de julgar.

Aqueles que não estão dispostos ou que são incapazes de discernir ou julgar entre o bem e o mal estão desta forma revelando tanto sua desobediência quanto/ou sua imaturidade.

II. É CORRETO EXPOR OS FALSOS MESTRES

Hoje, os falsos mestres estão livres para espalhar suas doutrinas venenosas porque há uma conspiração de silêncio entre muitos crentes na Bíblia. Lobos em pele de cordeiro são, assim, habilitados a assolar o rebanho, dessa maneira destruindo a muitos.
João Batista chama os fariseus e saduceus (os líderes religiosos da sua época) uma "raça de víboras” (serpentes) (Mateus 3:7). Hoje, ele seria acusado de ser sem amor, cruel, e de não ser cristão.
Jesus disse aos fariseus religiosos, "Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca" (Mateus 12:34). Para muitos evangélicos e alguns fundamentalistas, isso seria uma linguagem inaceitável hoje, mas é uma linguagem bíblica e veio da boca do Filho de Deus.

Ao ficar cara a cara com estes falsos mestres, Jesus Cristo, o filho de Deus, os chamou de "hipócritas", "guias cegos", "cegos", "sepulcros caiados", "serpentes" e "raça de víboras" (Mateus 23 :23-34). No entanto, somos informados de que hoje estamos em comunhão com homens cujas doutrinas são tão antibíblicas como os dos fariseus. Alguns dos que dizem que eles são cristãos bíblicos insistem em trabalhar com católicos romanos e outros vários heréticos. No entanto, segundo muitos, não devemos repreendê-los pela transigência deles.

Perto do início de seu ministério, "Jesus subiu a Jerusalém. E achou no templo os que vendiam bois, e ovelhas, e pombos, e os cambiadores assentados. E tendo feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo, também os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores, e derribou as mesas; E os seus discípulos lembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devorará" (João 2:13-16). Nosso Salvador é hoje apresentado como aquele que era manso, humilde, bondoso e amoroso, até mesmo para os falsos mestres, mas isso é totalmente falso. Ao lidar com falsos mestres e profetas, Suas palavras eram fortes e Suas ações simples e claras.

Perto do fim do Seu ministério público, Cristo achou necessário purificar o templo novamente. A exposição das falsas doutrinas e práticas é um trabalho sem fim. Naquela época Ele disse: "Não está escrito: A minha casa será chamada, por todas as nações, casa de oração? Mas vós a tendes feito covil de ladrões" (Marcos 11:17).É diferente hoje? Os ladrões entram na casa de Deus, e roubam o povo de Deus da Bíblia e vendem suas Bíblias pervertidas. Ao mesmo tempo, esta malta de ladrões rouba o povo na doutrina da separação e na doutrina da santificação. Então você quase não pode dizer qual é o povo de Deus e o povo do mundo. Honestamente, não devem estes ladrões (falsos mestres) ser expostos?

Em nossos dias, esses falsos mestres vieram às igrejas com seus livros, literatura, filmes, psicologia e seminários, e transformaram a casa do Pai em um covil de ladrões. É tempo de homens de Deus se levantarem e exporem os seus erros para que todos os possam ver.

A BÍBLIA NOS ADMOESTA A DENUNCIAR O ERRO

DEVEMOS TESTÁ-LOS [pô-los à prova]. "Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo" (1 João 4:1). Toda a doutrina e seus ensinadores devem ser postos à prova de acordo com a Palavra de Deus. "À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles" (Isaías 8:20). Cada mensagem, mensageiro, e método devem ser julgados de acordo com a Palavra de Deus. A igreja de Éfeso foi elogiada por terem posto "à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos" (Apocalipse 2:2). A igreja de Pérgamo foi repreendida porque seguia "a doutrina de Balaão" e "a doutrina dos nicolaítas, o que eu odeio"(Apocalipse 2:14,15). Nunca foi correto tolerar falsos mestres, mas eles devem ser julgados pela Palavra de Deus, e expostos. É claro que aqueles que querem desobedecer a Palavra de Deus vão procurar de todos os meios evitar esse ensino.

DEVEMOS NOTÁ-LOS E EVITÁ-LOS. "E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles" (Romanos 16:17). Aqueles que conduzem e ensinam de forma contraditória com a Palavra de Deus devem ser notados e evitados. Isto requer discernimento e decisão à luz da Bíblia. Os ecumênicos, os neo- evangélicos e os fundamentalistas transigentes e lenientes vão resistir a qualquer esforço para obedecer a Escritura. Eles não podem ser notados e evitados a menos que sejam julgados de acordo com a Palavra de Deus.

DEVEMOS REPREENDÊ-LOS. "Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé" (Tito 1:13). Isto foi escrito a Tito, porque havia pessoas que iam de casa em casa subvertendo famílias inteiras com a falsa doutrina (v.10-16). Oral Roberts, Robert Schuller, Jimmy Swaggart, Pat Robertson, e outros [aqui no Brasil: Edir Macedo, Valdomiro, R.R. Soares, Valnice Milhomens, e outros] estão subvertendo casas inteiras com sua falsa doutrina, hoje. Será que devemos nos sentar silenciosamente, enquanto eles fazem isso, sem repreender e admoestar as pessoas a evitar o seu ensino? Não, o fiel servo do Senhor deve reter "firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes" (Tito 1:9).

NÃO DEVEMOS TER COMUNHÃO COM ELES. "E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as" (Efésios 5:11). Reprovar significa censurar, condenar, criticar, repreender e refutar. Como podemos obedecer a Escritura, a menos que os julguemos pela Palavra de Deus?

NÃO DEVEMOS TRABALHAR JUNTAMENTE COM ELES. "Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebeu" (2 Tessalonicenses 3:6). Devemos nos afastar daqueles cuja doutrina e conduta não estão de acordo com a Palavra de Deus. O contexto mostra claramente que a obediência à sã doutrina é o que Paulo tem em mente, pois ele diz: "se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe. Todavia não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão" (2 Tessalonicenses 3:14-15). Paulo admoestou Timóteo para "afastar-se" de quem "não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade" (1 Timóteo 6:3-5).

DEVEMOS NOS AFASTAR DELES. Referente aos últimos dias, Paulo diz que alguns terão "aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te", pois essas pessoas são "nunca podem chegar ao conhecimento da verdade" (2 Timóteo 3:5,7). Como é que podemos nos afastar se não os identificarmos? E isto requer que a sua mensagem seja comparada com a Palavra de Deus. O objetivo do pregador verdadeiro é:"pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina" (2 Timóteo 4:2). Isso geralmente é uma tarefa ingrata e impopular, mas é o dever do homem chamado por Deus.

NÃO DEVEMOS RECEBÊ-LOS EM NOSSA CASA. "Se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras" (2 João 10,11). Não há dúvida sobre quem João está falando, é "Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo ..." (V.9). Por rádio, televisão e literatura, os falsos profetas são levados para as casas de muitos cristãos de hoje. Irmãos, isto não deveria acontecer!

DEVEMOS REJEITÁ-LOS COMO HERÉTICOS. "Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o" (Tito 3:10). Devemos rejeitar [por exemplo] aqueles que negam a redenção pelo sangue de Cristo. Há muitos que negam essa ou alguma outra doutrina da Palavra de Deus. Se eles não atenderem à admoestação, então devem ser rejeitados.

DEVEMOS ESTAR ALERTAS CONTRA AQUELES QUE PREGAM OUTRO EVANGELHO. Paulo advertiu sobre aqueles que pregavam "outro Jesus ... outro espírito... outro evangelho" (2 Coríntios 11:4). Como podemos conhecê-los, a menos que avaliemos, pela Palavra de Deus, o Jesus deles, o espírito deles, e o Evangelho deles? Paulo chamou esses pregadores de "falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo" (2 Coríntios 11:13). Ele explica v.14-15, que estes pregadores são os ministros de Satanás. Hoje, o homem chamado por Deus deve ser exatamente tão fiel assim, em expor os ministros de Satanás.

Paulo advertiu os gálatas sobre aqueles que "transtornam o evangelho de Cristo". Ele também disse: "Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema" (Veja Gálatas 1:6-9). Multidões hoje estão pregando um evangelho pervertido. Aqueles que ensinam a salvação através do batismo, ou por obras, estão ensinando um evangelho pervertido. Aqueles que pregam uma salvação que você pode perder estão pregando um evangelho pervertido. Os carismáticos/ pentecostais, os católicos, muitos evangélicos, e muitos fundamentalistas (?) estão pregando um evangelho pervertido. No entanto, [Deus] espera de nós [cada crente que queira ser fiel, queira crer e obedecer toda a Bíblia] que não cooperemos com eles no evangelismo e trabalho cristão, como muitos o fazem, hoje. Se não deixarmos de expor [denunciar os erros de] esses falsos profetas, então teremos traído Jesus Cristo e Seu Evangelho.

DEVEMOS NOS SEPARAR DELES. "Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei" (2 Coríntios 6:17). Isto é muito simples. O povo de Deus sair da apostasia e do erro religioso. Como pode um crente na Bíblia permanecer em entidades e organizações como convenções, comunhões ecumênicas e apóstatas? Como podem permanecer entre evangélicos condescendentes e fundamentalistas sem real tutano?

III. É CORRETO CITAR NOMES
Muitos acreditam enganosamente que é errado denunciar o erro e citar os nomes dos culpados, mas eles estão errados de acordo com a Bíblia.

PAULO CITOU PEDRO PUBLICAMENTE. Pedro foi culpado de prática antibíblica. "E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão. E os outros judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação. Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?" (Gálatas 2:11-14). A questão toda gira em torno da salvação pela lei ou pela graça. Quando a integridade e a pureza do evangelho estão em jogo, então não temos escolha quando se trata da questão de expor os erros e dar nomes.

PAULO CITOU DEMAS POR AMAR O MUNDO. "Porque Demas me desamparou, amando o presente século" (2 Timóteo 4:10). Aqueles que abandonam a causa de Cristo para a vida mundana e seus prazeres devem ser expostos e seus nomes citados.

PAULO CITOU HIMENEU E ALEXANDRE. Paulo disse a Timóteo a militar "por elas boa milícia; Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé. E entre esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar"(1 Timóteo 1:18-20). Os verdadeiros servos de Deus devem guerrear uma guerra boa, e citar os nomes daqueles que se afastaram da fé que uma vez foi entregue aos santos. Paulo não está aqui discutindo a fé da salvação, mas a fé como um sistema de doutrina. Estes homens fizeram naufrágio disto e Paulo os expôs e os chamou pelos seus nomes.

PAULO CITOU HIMENEU E FILETO. Ele disse a Timóteo "procura apresentar-te a Deus aprovado", que ele deveria ser alguém que "maneja bem a palavra da verdade". E continuou, dizendo: "Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade. E a palavra desses roerá como gangrena; entre os quais são Himeneu e Fileto; Os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns" (2 Timóteo 2:15-18). A falsa doutrina derruba a fé de alguns, então aqueles que a estão proclamando devem ser expostos.

PAULO CITOU ALEXANDRE, O LATOEIRO. "Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras. Tu, guarda-te também dele, porque resistiu muito às nossas palavras" (2 Timóteo 4:14-15). É claro que este não é um problema de personalidade, mas um problema doutrinário. Alexandre tinha se posicionado contra as palavras e a doutrina de Paulo. Ele era um inimigo da verdade. Pastores piedosos enfrentam o mesmo problema todos os dias. Eles defendem e proclamam a verdade, então os seus membros vão para casa e ouvem essa verdade discutida por pregadores carismáticos/pentecostais de rádio e TV. Muitas vezes estes falsos profetas enviam suas publicações para as casas dos membros das igrejas verdadeiras. Então, de acordo com muitos, o homem de Deus deve manter sua boca fechada. Mas somente um covarde vai ficar em silêncio quando a verdade da Bíblia está sob ataque.

JOÃO CITOU DIÓTREFES. "Tenho escrito à igreja; mas Diótrefes, que procura ter entre eles o primado, não nos recebe" (III João 9). Ele relatou como este homem tinha tagarelado contra ele "palavras maliciosas" (v.10). Ele ainda disse: "Amado, não sigas o mal, mas o bem. Quem faz o bem é de Deus; mas quem faz o mal não tem visto a Deus" (v.11). Não é errado citar os nomes daqueles cuja doutrina ou prática é contrária à Palavra de Deus.

Na verdade, toda a Bíblia está cheia de exemplos de falsos profetas sendo [publicamente] chamados pelos seus nomes e [publicamente] expostos [pública denúncia de seus erros]. Toda esta moderna conversa sobre o amor é usada como uma desculpa para não expor erro. Isto não é realmente bíblico, mas um [mero sentimentalismo- emocionalismo erroneamente chamado de] amor [que é espantosamente] fora de ordem [da Bíblia].

MOISÉS CITOU O NOME DE BALAÃO. (Ver Números 22-25). Pedro expôs "o caminho de Balaão ... que amou o prêmio da injustiça" (2 Pedro 2:15). Balaão era um profeta que estava na obra por dinheiro, como a maioria dos falsos profetas que hoje aparecem na TV. Eles pedem dinheiro e vivem como reis, enquanto multidões de pessoas ignorantes enviam-lhes o seu dinheiro arduamente ganho. Eles estão sempre construindo escolas, hospitais, redes de televisão por satélite, parques de diversão que tem até uma lâmina d'água para Jesus. E então nós devemos manter nossa boca fechada sobre esses charlatões religiosos? Como podemos ficar em silêncio e ser fiéis a Deus?

Judas expôs "o prêmio de Balaão" (Judas 11). João expôs "a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos sacrifícios da idolatria, e se prostituíssem" (Apocalipse 2:14). Isso vai direto ao cerne da questão, sobre a doutrina da separação. Balaão nunca amaldiçoou Israel, embora ele quisesse o salário que lhe foi oferecido para fazê-lo. Os homens de Israel cometeram prostituição "com as filhas dos moabitas ... e inclinou-se aos seus deuses" (Números 25:1,2). Por que eles fizeram isso? Porque Balaão ensinou Balaque a botar abaixo a barreira de separação entre os moabitas e os israelitas. Sabemos que isso foi assim porque é claramente afirmado em Apocalipse 2:14 e Números 31:16. Este pecado resultou em 24 mil homens de Israel morrendo sob o julgamento de Deus.

Os falsos mestres estão botando abaixo a barreira de separação entre o povo de Deus e a falsa religião. Existe muito pouco de pregação e ensino sobre a doutrina da separação. Balaão violou a doutrina da separação pessoal fazendo com que os homens de Israel cometessem fornicação com as mulheres moabitas. E ele violou a doutrina da separação eclesiástica, fazendo com que os homens de Israel se curvassem diante de Baal. Isso trouxe uma maldição sobre Israel. Até voltarmos a ensinar a verdade sobre a separação pessoal e eclesiástica, podemos esperar que o caos continue generalizado e destruindo o que temos hoje.

Parece ser acreditado por muitos que <<algumas pessoas são demasiadamente importantes e poderosas para serem [publicamente] citadas [por nome] ou [publicamente] expostas. Homens em altas posições, pastores de grandes igrejas, e aqueles com grande audiência de rádio e TV, estão supostamente acima de qualquer crítica. O que eles possam fazer ou dizer, não importa quão contrárias à Bíblia seja, é supostamente tudo certo.>>      Nada poderia estar mais longe da verdade.

NATÃ IDENTIFICOU O HOMEM. Havia um homem em uma posição muito alta que era um adúltero secreto. Certamente este homem que ocupou o mais alto cargo na terra não poderia ser repreendido por um profeta humilde e impopular. Natã foi direto a presença de Davi,, revelou o pecado em forma de parábola, e então disse a Davi furioso, "Tu és este homem" (2 Samuel 12:7).

HANANI CITOU O NOME DO REI JOSAFÁ. Em muitos aspectos, Josafá era um bom rei, mas erroneamente ele se esqueceu praticar a separação religiosa. Ele fez seu filho casar com a filha do ímpio rei Acabe. (Ver 2 Crônicas 18:1; 21:1-6). Ele fez uma aliança com Acabe, e foi para a batalha de Ramote-Gileade com ele (2 Crônicas 18). Hanani disse [publicamente] ao rei Josafá: "Devias tu ajudar ao ímpio, e amar aqueles que odeiam ao SENHOR?" (2 Crônicas 19:2). Nós temos uma pergunta para aqueles que insistem em trabalhar com os carismáticos/pentecostais, os católicos e os membros de entidades ecumênicas: "Devias tu ajudar ao ímpio, e amar aqueles que odeiam ao SENHOR?"

Sim, é correto expor o erro e citar aqueles que estão no erro. É correto "batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos" (Judas 3). E como foi de uma vez para sempre entregue, nunca mais foi necessária uma revisão. É melhor tomar cuidado com "falsos profetas... que introduzirão encobertamente heresias de perdição" (2 Pedro 2:1). Mensageiros fiéis alertam as ovelhas dos hereges, e os identificam [publicamente denunciando seus erros] chamando-os pelos seus nomes. Não é suficiente apenas dar [discretas, tênues, sutis, quase invisíveis] pistas de suas identidades [pistas tão genéricas e elegantemente cifradas que apenas eles mesmos e os crentes mais atentos e experientes talvez entenderão, assim mesmo parcialmente], pois as jovens ovelhas não entenderão tais avisos [disfarçados, nublados e quase impossíveis de notar e entender], de modo que rebanhos [e mais rebanhos] serão destruídos por aqueles lobos.

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Autor: pastor E.L. Bynum
Traduzido por Edimilson de Deus Teixeira

quinta-feira, 15 de março de 2012

COLAGEM

Conheci o projeto COLAGEM no blog do @Na_Igreja e achei sensacional. Essa ideia de exemplificar trechos da bíblia em canções que consoam com o texto em questão é simplesmente extraordinário. Espero que vocês gostem também ! Viva a graça comum!


quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

REGENERAÇÃO!



Informa-se que Agostinho, quando se converteu, teve uma mudança radical. Ele tinha vivivdo em adultério. Um dia, depois de sua conversão, ia caminhando por uma calçada quando viu a mulher com quem vivera amasiado. Agostinho imdiatamente deu meia volta e deu costas àquela mulher. Essa mulher se surpreendeu e correu para alcançá-lo; porém este também correu. A mulher gritou:
- Agostinho, sou eu!
Agostinho respondeu: Mas eu não sou mais o mesmo.

Oh! Que Deus dê a ti e a mim, o mesmo poder e a mesma força de vontade para fugir do pecado.

Tesouro de ilustrações de Natanael de Barros Almeida

A LEGITIMIDADE DO COMÉRCIO DO LOUVOR



O conceito de música gospel comercializada, bem como tudo o que está intrinsecamente ligado a isso é algo deveras recente, e que a maioria julga ser lícito justamente por não podermos encontrar um precedente bíblico condenando-o.

Bem, todos concordam com a máxima de que a Bíblia é a regra de fé e prática do Cristão. Agora, disso podemos definir qual pressuposto adotamos para legitimar nossas práticas diante de Deus, seja elas quais forem. Muitos partem da idéia de que, onde a Bíblia se cala, temos liberdade para irmos em frente. Essa é uma posição problemática, uma vez que ao adotá-la, os limites de até onde podemos ir deixam de ser visíveis. Aí começamos a relativizar tudo, não mais enxergando a moralidade dos nossos atos e, logo, quando a Bíblia não se pronuncia contra uma determinada prática – nesse caso, transformar a música cristã em comércio – é perfeitamente legítimo irmos em frente.

Bem, eu adoto um pressuposto contrário, o de que onde a Bíblia se cala, então ali está o nosso limite.

Aqui cabe um outro ponto, e que para alguns pode parecer um paradoxo. Sou a favor de que o cristianismo influencie a cultura – aliás, ele tem feito isso desde sempre -, inclusive com a música. Acredito na legitimidade da profissão de músico, assim como acredito na legitimidade de qualquer outra profissão. Essa história de que música “só pode pra Deus” – só pode conter temas bíblicos em sua letra – já devia estar morta e enterrada. Mas sabe quando você se depara com uma situação e sente que tem alguma coisa ali que não está certa? É esse o sentimento que tenho para com a música gospel, sobretudo a brasileira.

Não vou entrar no mérito de fazer uma análise de alguma letra pavorosa de algum grupo igualmente pavoroso. Críticas desse tipo encontramos toneladas na web. Mas o sentimento que tenho é que estão deformando a cada dia o propósito do louvor e adoração a Deus através da música. Isso está sendo feito de duas formas, a saber, (1) com a má qualidade que é empregada algumas vezes na criação de letras e melodias e (2) com a comercialização obscena desse meio que pretende levar, da sua forma, as boas novas.

Sei que a música é um veículo maravilhoso, que tem o poder de quebrantar o coração de quem ouve, seja pela sua melodia, seja pela sua letra e muitos já devem ter sido atraídos a Cristo por meio dela. Mas definitivamente o evangelho de Cristo não depende da venda de cds gospel e de shows lotados de mega bandas.

Quem sabe no futuro, quando as grandes gravadoras/produtoras musicais estiverem extintas pela cada vez mais popularização da independência musical facilitada pela internet, sobrevivam cada vez menos os que fazem parte da “banda podre”.

Será que isso um dia isso realmente pode acontecer? Só Deus sabe. Eu estou aqui na torcida. Uns três ou cinco anos de nenhuma venda de cd gospel e nenhum show da mesma linha faria um bem para igreja de Cristo aqui Brasil. Já pensou os ministros de louvor da sua igreja tendo que suar a camisa para compor uma canção com o intuito de louvar a Deus no domingo?

Enfim, não tenho a pretensão e presunção de, com algumas linhas, abordar o tema de forma exaustiva ou mesmo colocar um ponto final no assunto. São apenas pensamentos que eu realmente gostaria que você considerasse.

Fonte: BIBO TALK