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sexta-feira, 1 de julho de 2011

O Calvinismo é do diabo?

Hoje pela manhã um irmão amado me escreveu muito preocupado com aquilo que o seu pastor estava ensinando no púlpito de sua igreja. Segundo o irmão, o pastor afirmou enfaticamente que o Calvinismo é proviniente do diabo. Há pouco  ouvi de uma outra pessoa a afirmação de que o sistema doutrinário de Calvino foi inspirado pelo Cramulhão e que em virtude disto devemos rejeitar seus ensinos heréticos. Se não bastasse isso, no meu BLOG, volta e meia aparecem alguns  comentários raivosos de pessoas criticando  o que chamam de "teoria" calvinista. Certa feita um amigo compartilhou comigo que uma outra pessoa o havia criticado pelo fato dele ter o hábito de ler um blog Calvinista, que na sua sua perspectiva possui uma teologia inimiga da verdade.

Caro leitor, vamos combinar uma coisa? A esmagadora maioria dos comentários sobre o que seja o Calvinismo são absolutamente estapafurdios!  Lamentavelmente as afirmações de boa parte daqueles que combatem o Calvinismo estão desprovidas de subsidios bíblicos e teológicos.

Bom, isto posto, torna-se necessário explicar algumas coisas:

1- ) Apesar de alguns acharem que o Calvinismo trata somente da predestinação dos salvos e da condenação dos réprobos, é importante afirmar que o Calvinismo é muito mais amplo do que isso.


2- ) Calvinismo é o nome que popularmente se dá à formulação teológica que enfatiza a glória de Deus e sua soberania sobre tudo e todos.


3-) O Calvinismo recebe este nome por causa do reformador francês João Calvino, que foi o primeiro grande sistematizador da teologia cristã protestante. O que muitos ignoram, no entanto, é que Calvino não foi o “inventor” do calvinismo. A doutrina que envolve a soberania de Deus sobre os assuntos humanos, a predestinação do homem para a salvação e, conseqüentemente, para a condenação, a total pecaminosidade do homem não-regenerado que o impede de dar qualquer passo em direção a Deus, a negação do livre-arbítrio como fator soteriológico,  já era pregado por Lutero e os outros reformadores. Esta doutrina também era ensinada pelos pais primitivos, e muito especialmente nos escritos de Agostinho, bispo de Hipona, depois canonizado pela igreja católica. Enfim, a doutrina calvinista sempre existiu, embora com outros nomes, porque ela é bíblica e encontra suas bases mais sólidas nas sublimes afirmações de Jesus e do apóstolo Paulo.

O Principe dos pregadores Charles Spurgeon, que viveu em uma época semelhante a nossa, onde prevaleceu uma evidente insatisfação e desgosto para com o calvinismo, não hesitava em declarar que não concebia pregação do evangelho que não fosse calvinista:

"Minha opinião pessoal é que não há pregação de Cristo e este crucificado, a menos que se pregue aquilo que atualmente se chama calvinismo. É cognome chamar isso de calvinismo; pois o calvinismo é o evangelho e nada mais. Não creio que possamos pregar o evangelho... a menos que preguemos a soberania de Deus em sua dispensação da graça; e também a menos que exaltemos o amor eletivo, imutável, eterno, inalterável e conquistador de Jeová; como também não penso que podemos pregar o evangelho, a menos que o alicercemos sobre a redenção especial e particular do seu povo eleito e escolhido, que Cristo realizou na cruz; e também não posso compreender um evangelho que permite que os santos apostatem depois de haverem sido chamados".
 
Prezado amigo, encerro este pequeno artigo compartilhando quatro vídeos sobre o Calvinismo que foram baseados em um sermão de Charles Haddon Spurgeon.


Louvado seja Deus pela sua graça!

Renato Vargens


Fonte: http://renatovargens.blogspot.com/

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